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renatoamu.com
Poesias
A colecionadora
De você todo homem já nasceu ex
Por quê isso iria mudar agora?
Só porque chegou minha vez?
Quando de outros me fala
Com entusiasmo profundo
Eu vejo que és ex
E ao mesmo tempo és
De todo mundo
Refeição
Meu amor…és fruta perfeita
Prazer sem caroço
Quero degustá-la no café, na janta e no almoço
De sobremesa quero te ainda mais um pouco
E se depois disso tudo, nada mais descer pelo meu pescoço
Te aceito ainda como a balinha que se dá de troco
Toddynho
O rótulo diz : AGITE ANTES DE BEBER
Mas a maioria bebe e depois agita
Ou só agita quando bebe
Ou só bebe quando agita
A gente agita enquanto gente!
Agito a dois, que mesmo morno tende a quente
Porque agitar só, é realidade inexistente
A três…a três já é diferente
É suruba, ménage à trois
Agita tanto que logo faz gozar
Aí então eu vejo que meu pau é mesmo assim
Um eterno Toddynho por aí a se lambuzar
Poema para um amor distante
Preciso de você tanto quanto preciso de ar
Assim como a ele, no momento não posso te tocar
Mesmo estando você, assim como ele, presente em todo lugar
Aliás, te carrego comigo mais do que em meus pulmões carrego ar
Pois no vácuo dos meus sonhos, és a única a reinar
Sinal vermelho
Não entendo o que ele fala
Também pudera, não frequentamos as mesmas escolas…
Mesmo assim, sei o que ele quer de mim
Quer algum dinheiro, se possível agora
Antes que o sinal se abra
E meu carro vá embora
Seu show se inicia com duas, três, até seis bolas
Se ele alimenta alguma esperança
É a de que quanto maior a dificuldade, maior a esmola
Esperança que se vai quando engato a primeira
Deixando a caridade para outra hora
Momento que quando chega, se chega
Chega sempre tarde demais
Pelas ruas, pelos sinais…
Smells like
Refrigerante sem açúcar
Café sem cafeína
Cerveja sem álcool
Beijos sem amor
Sexo sem paixão
Tempos modernos
As coisas existem sem sua própria ESSÊNCIA
Vida sem vida
Acho um saco!
Rouquidão
Rouco, me calo
Minha palavra não
Ela é maior que a voz
Maior que eles, maior que nós
Insiste, mesmo sem ser dita
Resiste, mesmo sem ser ouvida
Ela cresceu tanto
Que hoje é maior que minha vida
Em sua sombra me protejo
Da chuva de ódio e arrogância
De palavras que com a minha são tão parecidas
Debate é conflito, guerra é o silêncio
Que em vão nos sentencia
Até uma nova palavra, até outro dia
Livraria
NA LIVRARIA A SEÇÃO POLICIAL É MAIOR QUE A DE POESIA
NA LIVRARIA A SEÇÃO POLICIAL É MAIOR QUE A DE POESIA
NA LIVRARIA A SEÇÃO POLICIAL É MAIOR QUE A DE POESIA
NA LIVRARIA A SEÇÃO POLICIAL É MAIOR QUE A DE POESIA
NA LIVRARIA A SEÇÃO POLICIAL É MAIOR QUE A DE POESIA
NA LIVRARIA A SEÇÃO POLICIAL É MAIOR QUE A DE POESIA
NA LIVRARIA A SEÇÃO POLICIAL É MAIOR QUE A DE POESIA
NA LIVRARIA A SEÇÃO POLICIAL É MAIOR QUE A DE POESIA
NA LIVRARIA A SEÇÃO POLICIAL É MAIOR QUE A DE POESIA
NA LIVRARIA A SEÇÃO POLICIAL É MAIOR QUE A DE POESIA
NA LIVRARIA A SEÇÃO POLICIAL É MAIOR QUE A DE POESIA
Nossa vida, burra que é, imita a arte
E assim como ela, sangra mais do que devia
Penalidade máxima
Pênalti defendido:
Luva que espalma
Torcida bate palma
O batedor perde a calma
E o goleiro lava a alma
Pênalti convertido:
gol…
Para aquela que vier a ser a mãe de meu filho(a)
Tempos atrás tive um sonho
Sonhei com a mais bela mulher
Me dando sua mais bela cria
O sonho que eu sonhei um dia…
Era realidade e não sabia
O tempo só passa para nos mostrar
Que memórias são sonhos
Para os quais esquecemos de acordar
Paint ball
Nobre é a morte da tinta que vira palavra
Que lida vira emoção
E falada seduz a razão
Que se perde nos ouvidos dos homens
E se esvai no disparo da arma
Cujo gatilho não é feito de aço
O gatilho é a própria palavra
No dia em que te esperei em vão
Senti o peso da eternidade
Carregado nos braços fracos daquele momento
Vi o meu medo brincando de gangorra com o tempo
Como duas crianças inocentes, uma a cada lado
E eu a observá-las de perto como um pai culpado
Nesse dia nem os pássaros cantaram
E os mendigos nada me pediram
Descobri que a solidão é um jogo que não se vence sozinho
E também que você não viria…
Quanta tristeza cabe num só dia?
Uma parte de mim ainda vive aquele eterno momento
Outra já se levantou e por aí sem rumo caminha
Não sei por qual das duas mais lamento…
Não sei de mais nada
Não sei do que sei
Não sei se estou só, ou se estou são
Só sei que no fundo ainda te espero… em vão
Faca
A solidão é uma faca enfiada em meu peito
Que a cada dia que passa
O tempo se encarrega de deixá-la mais pesada
Posso até vê-la
Mas sozinho não consigo removê-la
Por isso todas as noites
Sonho com as mãos que irão retirá-la
Mas as últimas que nela tocaram
Só fizeram foi empurrá-la
Turnê
3 cidades
4 shows
5 dias
Amanhã Rio de tudo
Versão nova do Word
Existem palavras que não merecem serem ditas
Mas têm de ser ouvidas…
Existem palavras mais ouvidas do que ditas
Ecoam em nossas mentes
Como fantasmas de um passado que se estende à nossa frente
Num eterno julgamento em que ora somos culpados, ora inocentes
Existem palavras mais ditas do que ouvidas
Dessas tenho mais pena
Agonizam como paixões não correspondidas
Transformando tudo ao seu redor numa questão de vida ou morte
Morte ou vida
A mais cruel morte para a palavra é nunca mais ser ouvida
Tantas palavras e às vezes tão pouco para falar…
Talvez por isso algumas se aposentem
Involuntariamente caem em desuso
Caem para não mais se levantar
Seu epitáfio é seu próprio significado
Impresso nas páginas de um velho dicionário
Que jaz esquecido e empoeirado
Na estante mais alta do armário
Islândia
O tempo se perdeu entre nós
Fomos as pessoas certas nas horas erradas
Certezas incertas vencidas por decisões que pareciam acertadas
Quando me procuraste, ao meu lado outra estava
Quando eu sonhava com sua voz, outra me acordava
Às vezes acho o Brasil grande demais para quem ama
Bom mesmo deve ser se amar na Islândia
O vazio só não é maior maior que a distância que nos separa
Por isso és o único motivo do meu sonhar
Sonho com seus lábios, sua voz
Canções que ainda vamos cantar para vidas que ainda iremos embalar
O sonho consegue ser maior do que qualquer distância
É a medida universal de quem ama
Espero que a dureza dessa vida não te prive de sonhar
Pois por enquanto só em teus sonhos poderei habitar
O asfalto é quente, ora frio
E nele meus pés descalços caminham
Descansando em corpos que falham em te imitar
Mas que no fim das contas acabam me incentivando a andar, andar e andar
Hoje é teu aniversário
E nessa carta venho me desculpar
Por eu ser apenas um homem
Incapaz de voltar o tempo
Incapaz de mudar o destino
Incapaz de mexer nas coisas como elas são
Incapaz de muito, muito mais
Mas de amar você…talvez disso eu ainda seja capaz
Somos duas árvores, vítimas das nossas próprias raízes
Que se fixaram distantes uma da outra nesse cruel vendaval da vida
A poeira entre nós é tanta que há muito não consigo te ver
Mesmo assim eu espero por você
E quando a poeira baixar espero que também espere por mim
Feliz aniversário
IRA QUE NÃO TEM FIM
IRA QUE NÃO TEM
IRA QUE NÃO
IRA QUE
IRA
ARAKIRI
O IRAQUE É LÁ MAS TAMBÉM É AQUI
Lenda viva
Além da lenda
Omito o mito
Pois sei que ele é só um ser humano
Aliás, é um mano…
Mano seu ou mano meu
Que entre a lenda e o mito se perdeu
Na ilusão de que sua fama lhe abriria todas as portas
À conclusão de que quase sempre
Lenda viva é pessoa morta
Caldo de feijão
No espelho do banheiro do bar
Vejo presos entre as grades de minha boca
Restos mortais de feijão
Testemunhas únicas de tudo que hoje falei para ela
Palavras que se perderam entre o amor e o ódio
Ditas, rebatidas e novamente rebatidas
E quando todas elas se vão
Levanto com o corpo mais pesado do que ele é
E com a triste impressão de que ela flutua aliviada
Chegando em casa, depois da escova e do fio
Com a minha cara triste para o espelho sorrio
E vejo que varri de mim
As lembranças que habitam a boca e não são beijos
Agora é só a palavra dela contra a minha …
Como sempre foi
Cela
Queria me libertar de mim mesmo
Ter coragem de abrir a porta de minha cela
Com a chave que há muito guardo embaixo de meu travesseiro
Sou presidiário e ao mesmo tempo carcereiro
Se não cometi nenhum crime
Por quê me sinto culpado?
Será minha culpa o meu crime?
Ou o meu crime minha culpa?
Culpa é sinônimo de covardia
Covardia, que novamente, covardemente, sentencia:
C U L P A D O
Sonho recorrente
Não sei se preciso de uma mulher amena
Ou de uma mulher a menos
Mas de uma mulher eu preciso
Uma, ao menos
Que seja única em sua multiplicidade
Linda e generosa
Que saiba a hora de me dar prazer
Seja pelo seu corpo, seja pela sua prosa
Uma mulher inteligente
Que cobre de mim tudo que merece e ainda vai merecer
E que ao mesmo se contente
Com o pouco que eu puder oferecer
Se essa mulher só existe na minha mente
Só o tempo vai me mostrar
Afinal, amar uma mulher é um sonho recorrente
Cuja pior parte, sempre é acordar
Mobral do amor
Quem ama, educa
Quem ama é do caralho!!!!!!!
Fôrma divina
Deus, dê forma a esse mundo deformado
Que o senhor fez redondo e o homem botou lado
Criado por inteiro para depois ser fatiado
Onde o íntegro vale menos que o integrado
De que forma isso pode ser mudado?
Se tudo à minha volta me informa que o homem é o próprio culpado?
Então Deus, dê forma a esse homem deformado
Double fantasy
Se para você nosso amor não é nada louco
Então me chama de John e se veste de Yoko
Assim nús, descobriremos
Que todo amor, pra quem ama ainda é pouco
Língua
Não há mar
Onde seja impossível navegar
Não há crime
Impossível de perdoar
Mas não amar é o pior crime que há
E convenhamos, isso não é fácil perdoar…
Não amar por medo
E essa é quase sempre a razão…
Quem ama em segredo
Ainda assim merece perdão
E para aquele que nem em segredo o faz…
Esse não, esse não, ESSE NÃO!!!!
E ao homem que do amor já se diz cansado
Saiba que a língua é o único músculo que não se cansa
Por isso pelos amantes é tão usado
Pois quem tem língua tem esperança
MOAB ( Mother Of All Bombs )
Todo homem é um homem-bomba
Estalinho, cabeção ou TNT
E aí meu irmão, que tipo de bomba é você?
Não sabe?
Tá na dúvida?
Pelo sim, pelo não
Seja daquelas com defeito de fabricação
Artefato paraguaio
Que não explode nem que a porra
Talvez assim um dia o homem nasça
E a bomba morra
Musa
Refusas em ser minha musa
De mil artifícios usa
De minha boa vontade abusa
Criando sempre novas excusas
Para de minha vida se fazer exclusa
Mas os crimes dos quais me acusa
Todos se vão quando tiro sua blusa
Depois que te perdi
Te achei no sorriso da secretária
Nos pés descalços da sambista
Na calça apertada da malhadora
Na mão calejada da pandeirista
Ter você fragmentada é a ilusão de ter tudo
Envolta na realidade do nada
Te cheirei nos cabelos negros da vendedora
Te beijei na boca da artista
Te mordi nos seios da arquiteta
Te liguei no celular com adesivo da estudante
Em todas busco seus pedaços
Na ilusão de poder juntá-los fora de você
Antes você era apenas uma
Hoje toda mulher parece te carregar
Depois que te perdi
Ficou tão fácil te encontrar
Dreams
Você é o sonho para o qual tenho vontade de acordar
Uma vez desperto, sem você por perto
Meu edredom faz-se mais esperto em me chamar
E assim durmo até mais tarde
Não dando a mínima para essa realidade
Que os infelizes querem me empurrar
Minha realidade eu mesmo faço
E nela seu cheiro e seu abraço
Me impedem de ser vítima da tristeza de acordar
Fotolog
Te vejo em fotos
E com alguém que não eu
Sorri em todas elas
Os sorrisos que jurava serem meus
Nesse meu triste desejo
Não vês que te vejo
Se visses porém
Sorririas além
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